O briefing
deste dia 26 de outubro com os participantes da Assembleia Sinodal, podemos
dizer que foi uma mesa ecumênica, com a presença do Cardeal Kurt Koch, Prefeito
do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Sua Eminência Iosif,
Metropolita Ortodoxo Romeno da Europa Ocidental e Meridional, Opoku Onyinah,
delegado ao Sínodo das Igrejas Pentecostais, Catherine Clifford, Professora de
Teologia Sistemática na Saint Paul University em Ottawa, e Mons. Stanislaw
Gadecki, Arcebispo de Poznan e Presidente da Conferência Episcopal Polonesa.
Trabalhando no Documento Síntese
A
Assembleia Sinodal está trabalhando no Documento Síntese. Na quarta-feira à
tarde, quando a Carta ao Povo de Deus foi votada, com 336 a favor e 12 contra,
e o Papa Francisco falou sobre o que ele entende por Igreja como Povo de Deus,
houve intervenções livres, nas quais foi enfatizada a audácia missionária da
Igreja, que se constitui como tal no anúncio do Evangelho, que não pode ser
pensado fora da missão. Também foi enfatizada a importância do sensus fidei e
das mulheres, sua capacidade de escutar e consolar, e o fato de que elas não
podem ser objetos, mas sujeitos da Igreja.
Antes do
trabalho em círculos menores, foram compartilhados os critérios que estão
presentes no documento, insistindo que se trata de um documento de transição e
que ajuda a saber onde estamos e a retomar um caminho que começou em 2021 e vai
até 2024. Um documento que ajuda a trilhar um caminho para todos, um documento
que ilumina e ajuda a entender como caminhar juntos e buscar soluções
compartilhadas, sem cair na tentação do clericalismo.
Sínodo Ecumênico e Ecumenismo Sinodal
A dimensão
ecumênica, que remonta ao Concílio Vaticano II, é importante na história dos
sínodos, enfatizou o Cardeal Koch, lembrando que o batismo é a base da unidade
e da sinodalidade, e que todas as igrejas têm estruturas de sinodalidade, algo
em que as Igrejas Ortodoxas se destacam. A reflexão sobre a dimensão ecumênica
esteve presente na preparação do Sínodo, lembrando a Vigília Ecumênica de 30 de
setembro, com representantes de várias Igrejas. Recordando as palavras do Santo
Padre, o Cardeal suíço sublinhou que este Sínodo deve ser ecumênico e que o
ecumenismo deve ser sinodal.
O
representante ortodoxo saudou o convite do Papa para um processo que tem
interesse no trabalho sinodal, que está muito presente na Igreja Ortodoxa.
Nesse campo ecumênico, passamos de relações difíceis para relações fraternas,
pois todos buscamos o que nos une, o que temos em comum, destacou. Um
ecumenismo presente na vida de muitas famílias, que ele vê como experiências
que ajudam a entender que a unidade em torno de Cristo é possível.
Para o
ganês Opoku Onyinah, que destaca o fato de a Assembleia Sinodal ser uma
experiência muito aberta, com uma metodologia que incentiva a participação de
todos, o convite do Papa a outras igrejas representa uma atitude de humildade.
Em suas palavras, ele destacou a mistura entre os bispos e outras pessoas nos
círculos menores e o fato de que cada contribuição é considerada de igual
importância, o que ele vê como um sinal de maturidade. Ele também disse que
ficou impressionado com a espiritualidade do Sínodo, sendo capaz de ouvir o
sopro do Espírito no discernimento. Por fim, ele definiu o Sínodo como uma
tentativa de eliminar as divisões para unir os cristãos à maneira de Cristo.
Encontrando consenso pacificamente
O Arcebispo
de Poznan, que está participando de seu quinto Sínodo, disse que ficou surpreso
com a metodologia do Sínodo, que ajudou a superar conflitos e, com o sopro do
Espírito, a encontrar pacificamente um ponto de consenso. Portanto, ele mostrou
como esse método de conversação sob a influência do Espírito, que ajuda a
estabelecer diálogos, conversas pacíficas para aliviar problemas, poderia
ajudar a resolver conflitos globais, a evitar o confronto entre culturas e
civilizações, chamando a caminhar não na direção do confronto e do desacordo,
mas na direção do diálogo e da boa vontade. Essa também é uma posição
importante no diálogo ecumênico, definindo o caminho sinodal como um processo
em direção à unidade.
A teóloga canadense destacou a presença da sinodalidade no Magistério do Papa Francisco
desde 2013, insistindo que a Igreja Católica tem muito a aprender com a Igreja
Ortodoxa em termos da prática da sinodalidade, um elemento aprofundado na
Evangelii Gaudium. O ecumenismo tem sido importante no processo de escuta no
Canadá, insistindo na participação de todos os fiéis e batizados, incentivando
a participação plena em todos os níveis da vida da Igreja, vendo a sinodalidade
como um paradigma para o caminho comum, pois a fé em Jesus é muito mais ampla.
Levar a sério a igual dignidade de todos os batizados
Em resposta
à intervenção do Papa na Sala do Sínodo, onde ele insistiu em uma Igreja como
povo de Deus e em sua crítica às batinas e chapéus ou alvas e túnicas com
rendas, Catherine Clifford insistiu que nos últimos 30 anos houve conversas
muito importantes entre os teólogos sobre a compreensão da Igreja, enfatizando
a importância de lembrar o ensinamento do Vaticano II sobre a Igreja como
comunhão e povo de Deus, uma eclesiologia que ela definiu como muito bíblica e
compartilhada com outras Igrejas cristãs que ajuda a crescer em uma compreensão
comum da Igreja.
Com o
objetivo de ajudar os seminaristas a se sintonizarem com a cultura sinodal da
Igreja, a teóloga enfatizou a importância da formação para a compreensão da
Igreja como um corpo sinodal que leva a sério a igual dignidade de todos os
batizados. De acordo com Dom Gadecki, essa formação tem sido prolongada,
buscando trabalhar a formação a partir das diferentes ciências, buscando
aprender uma nova forma de diálogo, um novo estilo de se relacionar com os
outros, chamando a, sem cair no mundanismo, estar em contato com a vida das
famílias e a introduzir as mulheres no caminho formativo e a não se distanciar
do mundo real.
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