Bogotá
acolheu de 24 a 26 de outubro o Encontro da Rede Clamor, a Rede Eclesial da
América Latina e do Caribe sobre Migração, Deslocamento, Refúgio e Tráfico de
Pessoas, com o tema “A vida não é mercancia”, que contou com a presença de
representantes de diversas redes de enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, como
também congregações que são referenciais nesse âmbito.
“Uma
experiência muito profunda que tenta articular as diversas instituições que
trabalham a temática da prevenção ao Tráfico de Pessoas”, segundo a Ir. Rose
Bertoldo, secretária executiva do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB Norte1), e membro da Rede um Grito pela Vida, que é
referencial da Comissão de Tráfico de Pessoas na Rede Clamor. Um encontro que
segundo a religiosa, ajudou a “tecer um olhar sobre as diversas realidades do
Tráfico de Pessoas em América Latina e o Caribe, e poder perceber essa
realidade cruel que está presente principalmente na exploração sexual, trabalho
forçado e as atividades ilícitas”, ajudando assim a identificar os desafios que
a realidade apresenta. Também esteve presente Ir. Sandra Ede da Coordenação
Nacional da Rede Um Grito Pela Vida.
No
encontro, os participantes puderam “compartilhar as diversas realidades e o
trabalho das redes que atuam em nosso continente”, também com diversos vídeos,
destacou a irmã da Congregação do Imaculado Coração de Maria. A religiosa
definiu como muito marcante “a partilha de três mulheres que passaram pela
situação de tráfico de pessoas e relataram suas histórias”. No relato, insistiu
a Ir. Rose Bertoldo, “as mulheres trazem presente como é importante continuar
esse trabalho de dar visibilidade a esse crime e também fazer o trabalho de
prevenção a tantas crianças e adolescentes que acabam sendo vítimas desse crime
tão cruel”.
Igualmente
a religiosa relatou experiências muito fortes, especialmente das congregações
que trabalham com a acolhida, e da Caritas da Venezuela que trouxe isso muito
presente, insistindo em que é importante fazer ações de prevenção, mas também
de incidência política para o enfrentamento a essa realidade. Para isso foram
apresentados os fundamentos do trabalho pastoral contra o Tráfico de Pessoas.
Durante o
encontro foram estudadas as Orientações da Santa Sé sobre o Tráfico de Pessoas,
e foi construído um plano de ação, “buscando atuar em conjunto, Rede Clamor e
Trata CLAR, que reúne as diversas redes da Vida Religiosa Consagrada. Um plano
para fortalecer o trabalho coletivo que vem sendo feito desde a realidade de
cada país”, enfatizou a Ir. Rose Bertoldo.
Igualmente
foram apresentadas as ferramentas da Rede Clamor para a prevenção do Tráfico de
Pessoas e as ações para 2024, sendo as prioridades a formação de agentes de
pastoral, a prevenção e o acompanhamento aos sobreviventes. Dentre as
atividades que como Rede Clamor podem fazer juntos, foi colocado a formação, sendo
programados diplomados em acompanhamento psicossocial às vítimas do Tráfico de
Pessoas, incidência. Também foram apresentadas algumas ferramentas: Guia Didática
sobre Orientações Pastorais, Via Sacra, folders formativos, terço pelas vítimas
do Tráfico de Pessoas, Hora Santa, Lectio Divina, Sociodrama, vídeo clips,
histórias de vida. Finalmente, foi proposto a criação de redes na Venezuela e
Antilhas, e a elaboração de recursos para redes sociais.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1
Nenhum comentário:
Postar um comentário