sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Na Assembleia Sinodal, o primeiro jogo está nos acréscimos, mas ainda tem o jogo de volta


O primeiro jogo está nos acréscimos, mas ainda tem o jogo de volta. Com esse símile esportivo poderíamos falar sobre o que está acontecendo nas últimas horas da primeira sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo da Sinodalidade, que começou em 4 de outubro e será encerrada neste domingo, 29, com uma missa em São Pedro, o trabalho na noite de sábado, 28.

É necessário que haja substância

Um documento de cerca de 40 páginas, ainda tem que ser adicionada uma conclusão do rascunho que foi estudado e discutido desde quarta-feira, contém muitas palavras, mas não se sabe se haverá muita substância, um elemento decisivo para o período entre as duas sessões da Assembleia Sinodal. Em uma Igreja sinodal, se o povo santo e fiel de Deus não estiver envolvido na escuta, no diálogo e no discernimento, o significado do processo se perde, e o caminho conjunto vai deixando gente para trás até se tornar um caminho com aqueles que sempre caminhei.

Francisco vem marcando o caminho, o tempo do jogo, mas sempre há ovelhas rebeldes que não ouvem o pastor, que querem ser as estrelas do time, mesmo entre aqueles que um dia prometeram derramar seu sangue por ele. Embora muitos a tenham chamado de "Assembleia da Paz e do Amor", parece que "as estratégias humanas, os cálculos políticos ou as batalhas ideológicas", sobre os quais o Papa alertou na missa de abertura em 4 de outubro, estão se tornando mais evidentes com o passar das horas.



Caminhando juntos, com o olhar de Jesus

Pode-se imaginar o conteúdo dos formulários que qualquer membro da Assembleia Sinodal pode enviar individualmente à Comissão de Redação, desde o Prefeito de um Dicastério até o jovem de 19 anos que pediu ao Papa um comprovante de presença para apresentar na Faculdade. Até que ponto serão levados em conta aqueles que dificultam o "caminhar juntos, com o olhar de Jesus", lembrando novamente as palavras do Pontífice na mesma homilia. Na verdade, deve haver de tudo, sobretudo nos aportes individuais, já que os que vêm dos círculos menores são mais consensuais, algo que pode ser visto como uma expressão do parlamentarismo que o Papa quis combater.

Os temas mais polêmicos serão, sem dúvida, aqueles que, implícita ou explicitamente, como experimentamos diariamente nas perguntas feitas nos briefings, têm liderado o caminho: mulheres, incluindo a ordenação, LGBTQ, formação, especialmente de seminaristas, aspectos sobre os quais as posições na Igreja e, consequentemente, na Assembleia Sinodal, são das mais extremas e variadas. O Sínodo tem insistido no método, o que a maioria vê como um bom plano de jogo, mas para levar as pessoas ao estádio ou simplesmente para ficarem ligadas na televisão, são necessários gols. Passar a bola no meio de campo nem sempre é a melhor maneira de vencer.

O árbitro precisa exigir que as regras sejam respeitadas

E todos querem ganhar, e se for de goleada, melhor ainda, mesmo que tenham de marcar com a mão, como o famoso gol de Maradona, com "la mano de Dios" (a mão de Deus). Alguns estão dispostos a violar as regras mais elementares para colocar a bola na rede. A questão é se isso será permitido pelo árbitro, que alguns identificam com o Espírito Santo, enquanto outros o veem mais como aquele a quem a história deu o título de Vigário de Cristo.

Pelas suas palavras duras, pouco antes de o Documento de Síntese ser discutido na Aula Paulo VI, ele não vai permitir que alguém marque gols com a mão. Faltas, penalidades, jogo duro, dependerão da visão de cada um. Há aqueles que respeitaram as regras do jogo durante o primeiro jogo, a questão é se eles farão o mesmo no segundo jogo, na partida decisiva. Há aqueles que permaneceram nas arquibancadas bem-comportados, mas quando as coisas ficam emocionantes, ninguém pode ter certeza de que o hooligan que muitos de nós carregamos dentro de nós não aparecerá. Estamos nos últimos minutos do jogo de ida, por enquanto com clima de empate, mas ainda há o jogo de volta, e quando ele é disputado, ainda mais se for um clássico, poucos estão dispostos a perder. Haverá tempo para treinar nos próximos onze meses e estar em forma para o jogo de volta.


Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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