O primeiro jogo
está nos acréscimos, mas ainda tem o jogo de volta. Com esse símile esportivo poderíamos falar sobre o que
está acontecendo nas últimas horas da primeira sessão da Assembleia Sinodal do
Sínodo da Sinodalidade, que começou em 4 de outubro e será encerrada neste
domingo, 29, com uma missa em São Pedro, o trabalho na noite de sábado, 28.
É necessário que haja substância
Um
documento de cerca de 40 páginas, ainda tem que ser adicionada uma conclusão do
rascunho que foi estudado e discutido desde quarta-feira, contém muitas
palavras, mas não se sabe se haverá muita substância, um elemento decisivo para
o período entre as duas sessões da Assembleia Sinodal. Em uma Igreja sinodal,
se o povo santo e fiel de Deus não estiver envolvido na escuta, no diálogo e no
discernimento, o significado do processo se perde, e o caminho conjunto vai
deixando gente para trás até se tornar um caminho com aqueles que sempre
caminhei.
Francisco
vem marcando o caminho, o tempo do jogo, mas sempre há ovelhas rebeldes que não
ouvem o pastor, que querem ser as estrelas do time, mesmo entre aqueles que um
dia prometeram derramar seu sangue por ele. Embora muitos a tenham chamado de
"Assembleia da Paz e do Amor", parece que "as estratégias
humanas, os cálculos políticos ou as batalhas ideológicas", sobre os quais
o Papa alertou na missa de abertura em 4 de outubro, estão se tornando mais
evidentes com o passar das horas.
Caminhando juntos, com o olhar de Jesus
Pode-se
imaginar o conteúdo dos formulários que qualquer membro da Assembleia Sinodal
pode enviar individualmente à Comissão de Redação, desde o Prefeito de um
Dicastério até o jovem de 19 anos que pediu ao Papa um comprovante de presença
para apresentar na Faculdade. Até que ponto serão levados em conta aqueles que
dificultam o "caminhar juntos, com o olhar de Jesus", lembrando
novamente as palavras do Pontífice na mesma homilia. Na verdade, deve haver de
tudo, sobretudo nos aportes individuais, já que os que vêm dos círculos menores
são mais consensuais, algo que pode ser visto como uma expressão do
parlamentarismo que o Papa quis combater.
Os temas
mais polêmicos serão, sem dúvida, aqueles que, implícita ou explicitamente,
como experimentamos diariamente nas perguntas feitas nos briefings, têm
liderado o caminho: mulheres, incluindo a ordenação, LGBTQ, formação,
especialmente de seminaristas, aspectos sobre os quais as posições na Igreja e,
consequentemente, na Assembleia Sinodal, são das mais extremas e variadas. O
Sínodo tem insistido no método, o que a maioria vê como um bom plano de jogo,
mas para levar as pessoas ao estádio ou simplesmente para ficarem ligadas na
televisão, são necessários gols. Passar a bola no meio de campo nem sempre é a
melhor maneira de vencer.
O árbitro precisa exigir que as regras sejam respeitadas
E todos
querem ganhar, e se for de goleada, melhor ainda, mesmo que tenham de marcar
com a mão, como o famoso gol de Maradona, com "la mano de Dios" (a
mão de Deus). Alguns estão dispostos a violar as regras mais elementares para
colocar a bola na rede. A questão é se isso será permitido pelo árbitro, que
alguns identificam com o Espírito Santo, enquanto outros o veem mais como
aquele a quem a história deu o título de Vigário de Cristo.
Pelas suas
palavras duras, pouco antes de o Documento de Síntese ser discutido na Aula Paulo
VI, ele não vai permitir que alguém marque gols com a mão. Faltas, penalidades,
jogo duro, dependerão da visão de cada um. Há aqueles que respeitaram as regras
do jogo durante o primeiro jogo, a questão é se eles farão o mesmo no segundo
jogo, na partida decisiva. Há aqueles que permaneceram nas arquibancadas bem-comportados,
mas quando as coisas ficam emocionantes, ninguém pode ter certeza de que o
hooligan que muitos de nós carregamos dentro de nós não aparecerá. Estamos nos
últimos minutos do jogo de ida, por enquanto com clima de empate, mas ainda há
o jogo de volta, e quando ele é disputado, ainda mais se for um clássico,
poucos estão dispostos a perder. Haverá tempo para treinar nos próximos onze
meses e estar em forma para o jogo de volta.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1
Nenhum comentário:
Postar um comentário