Uma hora de
oração para pedir a paz no mundo em um dia em que o Papa Francisco pediu jejum,
oração e penitência. A Basílica de São Pedro acolheu esse momento no qual a
Igreja Católica, com a presidência do sucessor de Pedro, comprometida em ser
artífice da paz, junto com outras igrejas, já que há vários delegados fraternos
presentes na Assembleia Sinodal, pediu a intercessão de Maria, a Mãe, que
"conhece nosso cansaço e nossas feridas", com a recitação do Rosário.
A angústia da guerra
Francisco
se dirigiu a Maria, dizendo: "Rainha da Paz, tu sofres conosco e por nós,
vendo tantos de teus filhos dilacerados pelos conflitos, angustiados pelas
guerras que dilaceram o mundo", relatando situações que são vividas em
tantos lugares do planeta e, nos últimos dias, de modo especial na Terra Santa.
"Nesta
hora de escuridão, mergulhamos em seus olhos luminosos e nos confiamos ao seu
coração, que é sensível aos nossos problemas e que não estava isento de
preocupações e medos", foi a oração oferecida àquela que é Mãe, recordando
as preocupações vividas quando não havia lugar para Jesus no abrigo, na fuga
para o Egito, quando Jesus se perdeu no templo. Nos momentos de provação,
Francisco enfatizou sua coragem e audácia, "você confiou em Deus e
respondeu à preocupação com cuidado, ao medo com amor, à angústia com
doação".
Nos momentos decisivos, ela não recuou
Sobre
Maria, o Papa disse que ela é aquela que nos momentos decisivos não recuou, mas
tomou a iniciativa, como refletido em várias passagens do Evangelho, sendo
"uma mulher humilde e forte", uma tecelã de esperança em meio à
tristeza. Ele pediu que ela "mais uma vez tomasse a iniciativa em nosso
favor, nestes tempos de conflito e devastados pelas armas". Que ela volte
"seus olhos misericordiosos para a família humana que perdeu o caminho da
paz, que preferiu Caim a Abel e que, perdendo o senso de fraternidade, não
recupera o calor do lar. Interceda por nosso mundo em perigo e confusão".
Em meio a
tantos conflitos, o pontífice pediu que ela nos ensinasse "a acolher e
cuidar da vida - toda a vida humana! - e a repudiar a loucura da guerra, que
semeia a morte e elimina o futuro". Reconhecendo que permanecemos surdos
aos seus apelos, sabendo que "a senhora nos ama, não se cansa de
nós", ele lhe implorou: "Tome-nos pela mão, leve-nos à conversão,
faça-nos colocar Deus novamente no centro. Ajude-nos a manter a unidade na
Igreja e a sermos artesãos da comunhão no mundo. Lembre-nos da importância de
nosso papel, faça com que nos sintamos responsáveis pela paz, chamados a orar e
adorar, a interceder e a reparar por toda a raça humana".
Corações aprisionados pelo ódio
Afirmando
que ela nos conduz a Jesus, que é a nossa paz, recorrendo ao seu Coração
imaculado, o Papa lhe implorou misericórdia e rogou pela paz. Para isso, disse
ele, "mova os corações daqueles que estão presos pelo ódio, converta
aqueles que alimentam e fomentam conflitos". Ela enxuga as lágrimas das
crianças, assiste os solitários e os idosos, ampara os feridos e os doentes,
protege aqueles que tiveram que deixar sua terra e seus entes queridos, consola
os desanimados, reaviva a esperança.
A Maria,
Rainha da Paz, Francisco entregou e consagrou "cada fibra de nosso ser, o
que temos e o que somos, para sempre". Ele a consagrou à Igreja, para que
"seja um sinal de harmonia e um instrumento de paz", e ao mundo,
especialmente aos países e regiões em guerra. E pediu a ela que fosse "um
lampejo de luz na noite dos conflitos" e que inspirasse os líderes das
nações com caminhos de paz. Que ela reconcilie "seus filhos, seduzidos
pelo mal, cegos pelo poder e pelo ódio", que ela transponha "nossas
lacunas de separação", que ela nos ensine "a cuidar dos outros"
e "testemunhas de seu consolo", que ela derrame "nos corações a
harmonia de Deus".
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